Assassin’s Creed Mirage: novidades e o retorno às origens
Embarque na jornada de Assassin’s Creed Mirage: o retorno às raízes da franquia com furtividade refinada, parkour pelas ruas medievais de Bagdá e a origem de um novo credo.
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Para nós, gamers que acompanhamos a saga dos Assassinos desde o início, a franquia Assassin’s Creed é como um velho amigo. Vimos ela nascer com Altaïr, crescer com Ezio e se transformar em um colosso de RPG com Kassandra e Eivor. Contudo, muitos sentiam falta daquela essência original, da emoção de ser um predador silencioso nas sombras. É exatamente essa nostalgia que a Ubisoft buscou resgatar com Assassin’s Creed Mirage.
Este título não é apenas mais um capítulo na saga; é uma carta de amor aos primeiros jogos. Ele abandona a grandiosidade dos mundos abertos recentes para oferecer uma experiência mais contida, focada e, acima de tudo, fiel ao que significa ser um Assassino. Prepare sua lâmina oculta, pois vamos mergulhar nas ruelas de Bagdá e descobrir o que torna este jogo tão especial.
Uma Homenagem à Furtividade Clássica
A principal mudança que veteranos e novatos sentirão em Assassin’s Creed Mirage é o seu gameplay. Diga adeus aos sistemas de níveis, às árvores de habilidades complexas e à busca incessante por equipamentos melhores. O jogo remove a estrutura de RPG que dominou a trilogia mais recente (Origins, Odyssey e Valhalla) e volta a focar no tripé que consagrou a série: furtividade, parkour e assassinatos.
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O design das missões incentiva o planejamento. Você não é mais um semideus guerreiro que pode dizimar um forte inteiro em combate aberto. Aqui, a abordagem direta quase sempre resulta em fracasso. É preciso observar o ambiente, estudar as rotas dos guardas, usar ferramentas como bombas de fumaça e facas de arremesso, e atacar no momento certo. A sensação de recompensa ao executar um plano perfeito é imensurável.
Essa filosofia de design nos transporta diretamente para 2007, quando controlamos Altaïr pela primeira vez. A paciência volta a ser uma virtude, e cada eliminação silenciosa é uma pequena vitória. O combate, embora funcional, é intencionalmente desenhado para ser a última opção, tornando as fugas e o desaparecimento nas multidões partes cruciais da experiência.
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Bagdá: Um Playground Urbano Vibrante
Enquanto os jogos recentes nos levaram a explorar países inteiros, Assassin’s Creed Mirage nos confina à magnífica cidade de Bagdá do século IX, durante sua Era de Ouro. E isso é uma excelente notícia. A decisão de focar em um único cenário urbano permitiu aos desenvolvedores criar uma cidade densa, vertical e cheia de vida, perfeitamente projetada para o parkour.
Correr pelos telhados de Bagdá é uma experiência fluida e gratificante. A arquitetura da cidade oferece inúmeras rotas, atalhos e oportunidades para se mover de forma criativa. A verticalidade não é apenas estética; ela é fundamental para o gameplay, permitindo que você observe seus alvos de cima e planeje sua infiltração com cuidado.
O jogo também resgata as missões de investigação, conhecidas como “Blackbox”. Você recebe um alvo principal, mas como chegar até ele e eliminá-lo fica a seu critério. É possível subornar mercadores para obter informações, roubar chaves de guardas ou criar distrações para abrir novos caminhos. Essa liberdade de abordagem aumenta drasticamente o fator de rejogabilidade e faz com que cada jogador tenha uma experiência única.
A Jornada de Basim: De Ladrão a Mestre Assassino
Quem jogou Assassin’s Creed Valhalla já conhece Basim Ibn Ishaq, uma figura enigmática e fundamental para a trama. Em Mirage, voltamos no tempo para descobrir sua história de origem. Acompanhamos um Basim mais jovem, um ladrão de rua talentoso que é recrutado pelos Ocultos, a organização que viria a se tornar a Irmandade dos Assassinos.
Essa abordagem narrativa mais focada e linear é um alívio bem-vindo após as épicas de mais de 100 horas. A história de Basim é pessoal e contida, explorando sua luta interna, seu treinamento sob a tutela da Mestra Assassina Roshan e sua dedicação ao Credo. A trama se aprofunda no lore clássico da franquia, reconectando-se com os temas de liberdade, controle e o eterno conflito com a Ordem dos Antigos (futuros Templários).
Ver a transformação de Basim, de um jovem impulsivo a um assassino letal e calculista, é fascinante. A narrativa consegue desenvolver o personagem de forma coesa, dando um novo peso às suas ações que vimos em Valhalla. É um excelente exemplo de como a franquia pode expandir seu universo sem perder o foco em histórias pessoais e impactantes.
Novidades e Mecânicas Refinadas
Apesar de ser um retorno às origens, o jogo não é uma simples cópia do passado. A Ubisoft introduziu novas mecânicas que modernizam a fórmula clássica. A mais notável é o “Foco do Assassino”, uma habilidade que permite a Basim marcar e eliminar múltiplos inimigos em uma sequência cinematográfica e veloz. É uma ferramenta poderosa que, quando usada corretamente, faz o jogador se sentir o predador supremo.
O sistema de notoriedade também está de volta e mais refinado. Realizar ações ilegais à vista de todos, como roubar ou assassinar, aumenta seu nível de procurado. Com a notoriedade alta, os cidadãos podem denunciá-lo e mais guardas de elite patrulharão as ruas. Para reduzir seu status, é preciso arrancar cartazes de procurado ou subornar arautos, adicionando uma camada estratégica à sua movimentação pela cidade.
As ferramentas também receberam uma atenção especial, com árvores de aprimoramento que permitem personalizar seu arsenal. Você pode, por exemplo, fazer com que suas bombas de fumaça curem você ou que suas facas de arremesso destruam armaduras mais pesadas. Essa customização sutil adiciona profundidade sem sobrecarregar o jogador com sistemas complexos.
Conclusão: Um Passo para Trás que Impulsiona a Série para Frente
Assassin’s Creed Mirage é a prova de que, às vezes, menos é mais. Ao se afastar da fórmula de RPG de mundo aberto, a Ubisoft entregou uma aventura de ação e furtividade polida, focada e extremamente satisfatória. É um jogo que respeita o legado da franquia e, ao mesmo tempo, refina suas melhores ideias para um público moderno.
Para os fãs de longa data, é uma dose de nostalgia que nos lembra por que nos apaixonamos por esta série. Para os novos jogadores, é o ponto de entrada perfeito, apresentando os pilares fundamentais da experiência Assassin’s Creed de forma concisa e elegante. O convite está feito: os telhados de Bagdá esperam por você. Está pronto para redescobrir a essência do Credo?

